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ESG é cartão de visita da empresa, dizem executivos de TI

Adotar a agenda ESG (sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança corporativa) é considerado hoje um importante cartão de visitas para empresas comprometidas com o tema, de acordo com pesquisa realizada pela Internacional Data Corporation (IDC), a pedido da Avanade, empresa de soluções tecnológicos fundada em 2000 por meio de parceria entre Accenture e Microsoft.

O levantamento, divulgado em primeira mão para o Prática ESG, ouviu profissionais da área de tecnologia da informação de 145 companhias de diversos setores, como o de serviços financeiros, de saúde, comércio e indústrias, em outubro do ano passado. Do total de entrevistados, 54% disseram que suas empresas têm uma estratégia de ESG preparada e em execução. Para nada menos que 93,8% do universo pesquisado, o ESG gera oportunidade de negócios, enquanto 82,8% acreditam que as práticas sob este guarda-chuva geram diferenciais competitivos para a companhia.

O levantamento também procurou identificar quem, dentro das empresas, lidera o tema ESG, e descobriu que em 64% das companhias pesquisadas esta agenda está a cargo do CEO – em outras 41,2% é o executivo chefe da área de informática (CIO) e em 39,7% são os líderes de tecnologia (CTO) que respondem pela estratégia. Se por um lado esses dados mostram o quanto o assunto é importante dentro das organizações pesquisadas, por outro, há a carência de pessoas habilitadas na temática ESG – de acordo com 37,2% dos entrevistados. A departamentalização, comum ao ambiente corporativo, dificultam o avanço das empresas nas ações voltadas ao ESG, para 27,6% dos respondentes. “Em outras palavras, o tema é tratado com importância pelas empresas, mas é um chapéu lateral. Poucas empresas têm um executivo exclusivamente dedicado ao ESG”, afirma Ronaldo da Matta, vice-presidente da Avanade.

Dentre os segmentos de maior ou menor relevância, a agenda ambiental é apontada como a mais importante, citada por 49,7% dos entrevistados, enquanto a social aparece em 34,5% das respostas. A pesquisa chancela uma das principais queixas dos investidores quanto à transparência e a qualidade das informações prestadas aos acionistas, pois para apenas 15,9% dos entrevistados o tema governança aparece como o mais importante.

“Os investidores já estão mais rigorosos na hora de investir e esse gap, entre o compromisso assumido pela empresa e a realidade do que ela efetivamente está fazendo, já é avaliado”, afirma da Mata. Diminuir essa distância, prossegue ele, passa pelo fim da departamentalização das ações de ESG. “Ou seja, por ferramentas capazes de agrupar, controlar, medir e validar todos os programas desenvolvidos dentro de uma companhia. Isso, naturalmente, vai elevar a qualidade das informações e a governança.”

Da Mata aponta ainda outro gargalo que as empresas pesquisadas, especialmente as que se relacionam diretamente com o público – o chamado B2C – precisam resolver. Ao mesmo tempo em que a pandemia acelerou os processos de digitalização dos serviços, poucas organizações se preocuparam em tornar suas plataformas acessíveis. “Embora seja olhado com carinho pelas companhias, o social ainda não tem a mesma profundidade que as questões ambientais”, comenta o executivo lembrando que apenas 1% dos sites e aplicativos de serviços são acessíveis no Brasil, de acordo com a World Wide Web Consortium (W3C).

Fonte: Valor Econômico