As mudanças climáticas, alterações nas características do clima que são atribuídas às atividades humanas, são realidade. Em 2022, inundações acima do normal no Paquistão e na China impactaram milhões de pessoas; vivenciamos um dos maiores números de focos de incêndio na Amazônia da história e houve ondas de calor recorde nos EUA e na Europa.
Esse processo impacta a produção de alimentos, de energia, o acesso à água potável, a fauna e a flora, entre outros. Mas, apesar desse cenário, há notícias boas, como o maior engajamento dos governos, de organizações não governamentais e multilaterais, bem como da sociedade, mercado financeiro e de parcela importante do mundo corporativo.
Cada vez mais empresas vêm adotando uma agenda ESG ligada à inovação, favorecendo o surgimento de novas tecnologias e novos modelos de negócio que já estão mudando o status quo. Um exemplo é o conceito de mobilidade urbana de empresas como a alemã Volocopter, que fabrica veículos aéreos elétricos pessoais, que promete, já em 2024, serviços como agendar por VoloCity pelo telefone, embarcar em um dos VoloPorts e chegar ao destino em minutos – sem emissões. Ou ainda, VoloDrones que entregarão cargas. Para isso, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) até já iniciou a construção de regulamentos para a operação de táxis voadores no ambiente urbano.
Em outra frente, a das telecomunicações, podemos falar de um futuro que já é presente: o negócio de rede neutra de fibra óptica aberta e compartilhada, de potencial disruptivo. Esse modelo permite a expansão do acesso à internet de ultra velocidade por operadoras e provedores de diferentes portes e regiões do país, impulsionando, através da inclusão digital, o surgimento de novos negócios e o desenvolvimento regional, além de ser mais sustentável do ponto de vista ambiental e financeiro.
A pandemia da Covid-19 impulsionou a digitalização da economia, com a internet garantindo a continuidade das atividades econômicas, educacionais e de lazer. Processos migraram para ambientes digitais e milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidos na atmosfera no mundo.
Começamos, assim, uma nova era nas atividades humanas, com outras demandas e oportunidades e com a infraestrutura de telecomunicações no centro deste paradigma em transformação, incluindo as próprias empresas do setor. E é aí que o novo modelo de rede neutra compartilhada de fibra óptica adquire um papel estratégico para o desenvolvimento sustentável.
Uma só infraestrutura utilizada por diversas operadoras e provedores de internet exige menor quantidade de insumos e matéria-prima – boa parte de origem mineral – para ser construída e para sua manutenção. Favorece a organização urbana e acelera o acesso à internet de alta velocidade e tudo o que ela oferece. E facilita o surgimento de novos negócios, como as tel-techs.
Assim, podemos afirmar que as redes neutras de fibra óptica são a materialização da economia do compartilhamento no setor de telecomunicações, que é um dos pilares de uma economia mais sustentável, na medida em que evita que cada empresa construa a sua própria rede, eliminando o “overbuild”, ou sobreposição de múltiplas redes proprietárias. A fibra, enquanto tecnologia de transmissão de dados, ainda tem um ciclo de vida mais longo quando comparada às tecnologias legadas e economiza mais energia, já que por ela trafega luz.
Este novo modelo traz os pilares de ESG em seu DNA e se propõe a ser o grande viabilizador da expansão da digitalização do país e ser um importante vetor para contribuir, através da tecnologia, com a sustentabilidade de negócios e da nossa sociedade.
Fonte: Exame