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É na Floresta que se aprende educação ambiental

Esqueça a imagem de sala de aula padrão, com giz, quadro negro e paredes. Na Escola da Floresta, em Santarém, a paisagem exuberante faz parte da sala de aula. Encravada dentro da Área de Proteção Ambiental Alter do Chão, o centro de ensino não funciona como uma escola normal, mas como um espaço para receber turmas escolares em visitas guiadas e exposições complementares às matérias correntes que os estudantes estão tendo em sala de aula.

É assim desde 2008, quando a escola foi criada, em terreno que antes pertencia ao Conselho Nacional das Populações Extrativista (CNS). No local, já funcionou projetos de proteção ao Peixe-boi e até um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), antes de ser descontinuado e a área ser cedida à Prefeitura de Santarém.

Saberes tradicionais

“A educação ambiental não é mais e nem menos importante do que nenhuma outra, ela faz parte da formação integral do nosso aluno. Então o que nós ensinamos primeiramente é a adquirir novos hábitos, porque é muito difícil chegar com alguém e convencê-los a mudar tal coisa, é preciso dar a essa pessoa a oportunidade de adquirir novos hábitos, a sensibilização é o cunho educativo, para que cada um que nos visite seja um agente transformador, um educador ambiental mirim, adolescente ou adulto, pois nós pensamos que nunca é tarde para começar a fazer alguma coisa pelo meio ambiente, pois é um espaço que você está inserido, e se você começar a fazer essas pequenas ações, com certeza ela se tornará importante”, diz Márcia.

Além de falar sobre o meio ambiente, a escola também mostra a importância da cultura dos povos tradicionais, por meio da produção de farinha, alimento essencial para as populações amazônicas: “Os educadores explicam os processos da farinha, tecem os materiais com as palhas, ensinam a plantar; nesse ambiente onde está conservado transitam vários animais e ressaltamos a importância de preservá-los. As experiências que os alunos vivem aqui podem ser contadas, multiplicadas, e levadas para as suas comunidades”, conta.

A integração entre as disciplinas

A equipe escolar também agrega educadores de diversos ramos, como biólogos, engenheiros florestais, pedagogos e educadores culturais. “Aqui trabalhamos uma educação interdisciplinar, e com os universitários é da mesma forma. Vem do que trabalha a genética ao que trabalha a biodiversidade. Vem do professor que trabalha com agronomia, ao que trabalha a licenciatura em pedagogia. Nossa equipe é multidisciplinar justamente para um dar suporte ao outro. Já veio professor de história, e o simples fato de você falar sobre a questão da comida, dos costumes e da tradição dos nossos ancestrais e o seu respeito com o meio ambiente você já está trabalhando a parte histórica. Outro exemplo é a educação física. Você pode utilizar nas aulas objetos reciclados e estimular nos alunos essa conscientização”, explica. As contribuições da Escola da Floresta com a APA Alter do Chão

Fonte: O eco