A busca pelo ESG pelas empresas é evidente. Outro dia escutei um colega de uma outra área, que até então era bem cético sobre o tema, falando lindamente sobre a sustentabilidade e a responsabilidade social. Fiquei muito feliz por saber que as décadas de trabalho estão fazendo sentido e que este novo período da história da administração está acontecendo.
Esta sensação foi mais reforçada em meados deste mês, quando o maior fundo de investimento do mundo, a Black Rock, anunciou que, atualmente, 25% do seu portifólio está sendo investido em empresas que são emissores com science-based targets (SBTi) ou equivalentes. Segundo o Pacto Global da ONU no Brasil, o SBTi, ou Fundamentos para Definição de Metas Baseadas na Ciência, explica os fundamentos conceituais e técnicos para a elaboração das metas baseadas na ciência. A iniciativa SBTi mobiliza as empresas para que adotem metas para a redução de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE), impulsionando a transição rumo a uma economia de baixo carbono.
A BlackRock inclusive assinou em 2021 o Net Zero Asset Managers Initiative e estão prevendo que, até 2030, pelo menos 75% dos ativos corporativos e soberanos serão investidos em emissores com metas baseadas na ciência ou equivalente.
O que está acontecendo é o efeito dominó deste movimento, a partir do fundo que tem em seu “comando”, o valor em dinheiro equivalente ao 3º PIB do mundo, atrás somente da China e dos EUA. As empresas que precisam de investimento para o seu desenvolvimento terão que se enquadrar nesta nova forma de gestão.
Ao encontro de todo este movimento, temos empresas brasileiras como o Itaú, que acabou de captar R$ 1 bilhão em letras financeiras ‘verdes’ com o International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial, para financiar a compra veículos elétricos, híbridos ou multicombustível. Ou a Renner, que alinhado ao SBTi, se comprometeu a cortar 75% até 2030 dos gases de efeito estufa de toda a sua cadeia produtiva, um grande desafio pois depende de empresas terceiras que não estão na sua gestão direta.
Um bom exemplo são as 343 startups que trabalham com o ESG, segundo mostra o relatório da ACE Cortex de 2021, todas elas desenvolvendo soluções com foco no meio ambiente, questões sociais ou em gestão de melhorias para as questões de governança das grandes empresas. Dentre elas, 180 que atuam com a área do meio ambiente, 130 possuem negócios de impacto social e 33 resolvem “dores” de governança das empresas de grande porte.
Realmente o movimento e os investimentos em ESG estão decolando, porém ainda é necessário separar muito bem os aventureiros daqueles que realmente possuem o conhecimento e a resiliência necessária nesta área.
Por: Marcus Nakagawa
Fonte: Envolverde